Tudo o que toco
tocado por ti
é velho sudário
num novo Cristo
(Poeta Rossyr Berny - Antologia poética p. 111)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Caminhar
O rosto no espelho
sombra
nas entranhas
do riso inavegável
As horas passadas
entre poucos amigos
na multidão
a caminhar não sei para onde
tentáculos de silêncio
lápide
(Do livro Porta de Emergência p. 30)
FERRAMENTAS
Junto palavras
como quem inventa moinhos
Tão cálido é o gesto
queme nascem
pássaros e ninhos
Entre espada e fuga
busco caminhos
escondo a ruga
Domo palavras
de excessos me inundo
Enxugo as ferramentas
e a cada manhã
reinvento o mundo
(Prêmio de Poesia Lilla Ripol-2008)
ALÉM DO ROSTO
A verdade é a outra face
Anos a fio tentei desvendá-la
e beber seus favos de pureza
Busquei-a entre tombos e mordaças
- Pomba que tomba apunhalada
Quem ousa junto ao povo
propagá-la?
Procurei-a nas cicatrizes
na mão que arquiteta o disparo
nos túneis de sevícias
Fui além do rosto
e seu disfarce!
A verdade
é a outra face
(Prêmio de Poesia Lilla Ripol 2007).
Anos a fio tentei desvendá-la
e beber seus favos de pureza
Busquei-a entre tombos e mordaças
- Pomba que tomba apunhalada
Quem ousa junto ao povo
propagá-la?
Procurei-a nas cicatrizes
na mão que arquiteta o disparo
nos túneis de sevícias
Fui além do rosto
e seu disfarce!
A verdade
é a outra face
(Prêmio de Poesia Lilla Ripol 2007).
Hora Seca
Nesta hora seca
armas não usoGuardo o gesto
abdicado às cavilações
Tenho o canto limpo
a franquia na fala
Estou além da bala
e seu conchavo
embora o açoite na lapela
o grito medido
o crédito cortado
Palmo a palmo
escalo o que me caber
nessa jornada
Não tenho trincheiras
nem recursos
o que sou
está no curso do tempo
onde busco a esperança
(Do livro Porta de Emergência p. 58)
Amor
Para cada pé
há um sapato
Ao cristão
a fé
Para o fofoqueiro o boato
Ao inquérito o fato
Ao aceno
a mão
Para dizer que te amo
o coração
há um sapato
Ao cristão
a fé
Para o fofoqueiro o boato
Ao inquérito o fato
Ao aceno
a mão
Para dizer que te amo
o coração
Medida
Domo palavras
como quem forja metais
Pequeno no verbo
como quem forja metais
Pequeno no verbo
e no tamanho
nada sou
nada ganho
rasa
e a medida que nos circula
mar
que nos martela
mar tela de logro
mar logro
malogro
quando posso logro o logro
e me recrio
Poesia - Canto ao Pescador
Pescador
frágil equilíbrio
sobre as águas
Inquiridor
de horizontes
tênue gaivota
pesca a dor
de ser
embarcado
sobre as ondas e ânsias
Âncoras na memória
solidão escorrendo nos remos
sol a sol
pescador
pesca peixes de espanto.
Esse poema foi publicado no livro"Habitasul Revelação Literária na Feira 3º"
frágil equilíbrio
sobre as águas
Inquiridor
de horizontes
tênue gaivota
pesca a dor
de ser
embarcado
sobre as ondas e ânsias
Âncoras na memória
solidão escorrendo nos remos
sol a sol
pescador
pesca peixes de espanto.
Esse poema foi publicado no livro"Habitasul Revelação Literária na Feira 3º"
Minha Biografia
César Pereira nasceu em Taquari/RS. Foi professor do SENAC e funcionário da Assembléia Legislativa do Estado do RGS. Livros editados: Carrossel de Cinzas (1960), Dados de Ajuste (1974), Porta de Emergência (1989). É precursor da poesia visual, lançando a partir de 1965, o poema visual POENIGMA. Participou de importantes antologias poéticas: Seis Poetas Gaúchos, Em Mãos, De Corpo Presente e de diversas antologias nacionais cujo prêmio era ser publicado, como em 1980 pela Academia de Letras de Ribeirão Preto/SP, primeiro Concurso de Poesia de Florianópolis/SC, (1977). Em 1978, jornal
Linguajem Viva (SP). Em 1972: UBE/RJ e 1973: UBE (SP) ambos no prêmio de poesia Fernando Chinaglia. Em 1994 no Felipe de Oliveira de Santa Maria, e 1º lugar no PETROBRAS em 1986. E da AJEB (1994). Em 1995 no Festival de Poesia no Paraná/PR. Trabalhou no Correio do Povo. Sua mesa era ao lado do Mário Quintana. Durante dez anos participou da Diretoria da Associação Gaúcha de Escritores. É membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Pela importância de sua obra é citado nos livros: A Poesia no RGS, de Donaldo Schuler;Para Fazer a Diferença, de Luís Augusto Fischer; As Bases da Literatura Rio-Grandense, de Francisco Bernardi, e Quem é Quem nas Letyras Rio-Grandenses, de Sérgio Faraco. Em 1999, conquistou o 1º Lugar no concurso de Histórias de Trabalho. Em 2000, no Poemas no Ônibus. E Pastor Evangélico em Taquari/RS, sua terra natal.
Em agosto de 2011 conquistou o 1º Lugar no Concurso Nacional de Poesia Lila Ripoll, promovido pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
Linguajem Viva (SP). Em 1972: UBE/RJ e 1973: UBE (SP) ambos no prêmio de poesia Fernando Chinaglia. Em 1994 no Felipe de Oliveira de Santa Maria, e 1º lugar no PETROBRAS em 1986. E da AJEB (1994). Em 1995 no Festival de Poesia no Paraná/PR. Trabalhou no Correio do Povo. Sua mesa era ao lado do Mário Quintana. Durante dez anos participou da Diretoria da Associação Gaúcha de Escritores. É membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Pela importância de sua obra é citado nos livros: A Poesia no RGS, de Donaldo Schuler;Para Fazer a Diferença, de Luís Augusto Fischer; As Bases da Literatura Rio-Grandense, de Francisco Bernardi, e Quem é Quem nas Letyras Rio-Grandenses, de Sérgio Faraco. Em 1999, conquistou o 1º Lugar no concurso de Histórias de Trabalho. Em 2000, no Poemas no Ônibus. E Pastor Evangélico em Taquari/RS, sua terra natal.
Em agosto de 2011 conquistou o 1º Lugar no Concurso Nacional de Poesia Lila Ripoll, promovido pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
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